sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Eu não tenho idade para isso, minha filha

Hoje eu estava de bobeira e ao não fazer nada, pensei na minha aposentadoria. Não que eu ache que ser aposentado é não fazer nada, muito pelo contrário. A minha avó, por exemplo, tem tido uma vida bem mais agitada que a minha. Talvez seja um pouco cedo pensar nisso na flor dos meus dezoito anos, mas por que não? Todo mundo quer ser alguma coisa quando crescer, mas quando o assunto é aposentadoria, a imaginação da maioria das pessoas pára no plano de previdência. Que coisa mais triste, não? Eu não estou juntando dinheiro ainda, mas já tenho uma lista das coisas que eu quero fazer quando chegar aos oitenta. Cursos mil, artes, fotografia, quero beber um uiscão ao meio-dia e tirar uma soneca depois do almoço. Muita gente tem uma visão pessimista da velhice ou então uma visão mitificada. Lógico que o seu corpo não vai estar perfeito (se é que um dia ele esteve, não é mesmo?) e é bem provável que você não seja assiiim tão sábio, que você continue inseguro em relação a algumas coisas. Mas e daí? Porque toda velhinha é necessariamente boazinha? Por que as pessoas ao envelhecer ganham rótulos que elas jamais pediram? O fato de ter rugas não exclui ninguém da possibilidade de ser um genuíno filha da puta. Vide um político baiano cujo nome era composto por três iniciais. Pensando no meu ideal de velhice, cheguei à conclusão de que não serei a Jane Fonda. Não quero ser uma velhinha sarada, quero ser tarada. Isso mesmo. Ficar assobiando pros minino na rua, sair com as amigas e ficar mexendo com o garçom. E em meio aos rótulos, vou aproveitar a fama dos velhinhos azedos, para falar tudo que que me vier à cabeça. E as pessoas vão dizer: deixa ela, tá gagá. Gagá não meu filho, tô bem viva e com tesão. É isso mesmo, te-são. Você já imaginou a sua avó fazendo sexo? Não, claro que não? Pois saiba que as velhinhas fazem sexo siiim. E viva o Viagra. E viva as velhinhas que são lindas, gostosas e têm cheirinho de pó de arroz. É...com o tempo a gente fica melhor mesmo, disso eu não tenho dúvida. Não quero nem pensar em voltar aos quinze. Deus me livre, tanta insegurança, tanta nóia. Quero mais é ficar com batom no dente, porque dei uma tremidinha na hora de passar, jogar baralho e esquecer qual foi a minha última jogada, dançar um cha cha cha agarradinha com meu bofinho de 97. E se me disserem que estou velha demais, eu responderei do alto do meu andador: não tenho idade para isso não, minha filha.

Dá só uma olhada nesse blog de estilo, elas são ou não são lindas?

http://advancedstyle.blogspot.com/

Um comentário:

dan_top disse...

Eu também vou estar lá, jogando buraco com você. Isso se a gente não partir pra um pôquer.