terça-feira, 14 de junho de 2011

Ai pônei.

Na semana passada comprei uma máquina dessas daí. Como uma velha de 87 anos e sem a malemolência dos mais novos que manipulam essas invenções desde que nasceram, meus dedos duros começaram a explorar o tal bicho. Ca-rre-gan-do: eu lia em voz alta enquanto caminhava na rua e mexia na telinha recém engordurada. O que é aplicativo? Juro pra você que não sou nenhuma neanderthal, mas até ontem não sabia direito o que era isso e tinha vergonha de perguntar. Bem, descobri tudo muito mais rápido do que eu imaginava ( pra você ter uma idéia da revolução, meu celular antigo era aquele da Nokia que servia de lanterninha no cinema, lembra? Uma graça). Sim, esses tais aplicativos, botões facilitam e muito a nossa vida. É uma delícia para uma pirangueira como eu, trocar mensagens sem pagar, saber qual é o próximo filme do Reserva andando na paulista, etc, etc, etc. Mas tem uma coisinha que me incomoda. Calma, não vou discutir aqui o papel das redes sociais, da quantidade de informação que consumimos, blablablabla, pra isso já tem um monte de filósofos, pseudo filósofos, gente que faz duende de durepox que já mete o pau na tecnologia. Mas a verdade é que eu não sei muito bem me desligar. É como se sem essa checagem a toda hora, as oportunidades fossem escorregar pelos dedos das mãos. Neura pura, toc de controle, como aquela pessoa que confere a fechadura da porta ou o gás da cozinha 80 vezes antes de sair de casa. E nesse sentido, o I phone não me ajuda. Poder ter tudo na mão, me faz querer ter tudo. Simplificando, é como cartão de crédito, se tiver na bolsa, eu uso. Se estiver com I phone, consulto meu e-mail, o face, a conta do banco, o horóscopo da Susan Miller, mesmo que esteja no meio de um almoço delicioso com uma amiga que eu não vejo há muito tempo. Não me condene, eu sei que você que tem esse aparato já fez isso pelo menos uma vez na vida. Talvez seja fogo de palha, como toda relação que começa, a gente fica querendo se pegar (ui! brega). Só não tenho certeza se gosto de acordar de manhã e já saber entre a torrada e a torrada com manteiga o que tem na minha caixa de e-mails. Não quero ter que responder e-mails do trabalho, depois do trabalho. Não sei se quero estar ao alcance de todos, nem tenho certeza se quero tudo ao meu alcance. Te digo sinceramente, não sei. E a culpa não é dele. Eu é que não me controlo, eu é que sou curiosa demais, ansiosa demais, eu é que não sei descansar. Se essa relação não der certo meu caro I Phone e eu voltar pro meu antigo tijolinho, pode ter certeza, não é você, sou eu. Você é bom demais pra mim.