segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Transexualismo no mundo animal



Nasceu galinha, mas queria mesmo era ser avestruz.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Reveillon é com um ele ou dois?

Faz tanto tempo que eu não passo por aqui, que sinceramente acho que não sei mais escrever. Se esse blog fosse uma casa, minhas únicas companhias seriam duas baratas andando de um lado para o outro buscando um restinho de texto para devorar. Por falar em casa vazia, final-de-ano, férias, o que nos leva a viagem e consequentemente reveillon, tenho que confessar que sempre achei essa data do dia 31 um pouco estranha, para não dizer que não gosto dela. Existe um preconceito contra pessoas que não gostam de reveillon, sabia? É mais ou menos como se você dissesse que não gosta de sexo. Pois eu não gosto desse dia. Sempre senti uma pressão mundial para que eu me divertisse como se aquela fosse a última noite da minha vida. Achava tudo um absurdo, restaurante cobrando uma taça de champagne e um amendoim pelo preço de um apartamento em Higienópolis. Odiava ter que abraçar um monte de pessoas que eu mal conhecia e branco nunca foi a melhor cor pro meu tom de pele, ou melhor, para ausência de tom na minha pele. Minha sensação sempre foi de esperar Godot e achar que na verdade o reveillon não acontecia de verdade. Dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, doi, um! A contagem regressiva parece o lançamento de um foguete que quando chega no céu, se transforma em um pum e acaba. Foi de tanto não gostar das noites de ano-novo que começou a minha sina: todo ano às vinte pra meia-noite me acontecia algo dramático. Em 99 estouraram uma garrafa do melhor champagne, no meu pé. Em 2000, passei um produto nos olhos que me deu uma reação alérgica e me deixou temporariamente cega. Voltei a enxergar só no ano seguinte. Em 2001 me perdi dos meus amigos na praia e passei a virada no escuro pisando em despacho. O que com certamente não me traria sorte no ano seguinte. Na esperança de passar um reveillon em paz, aluguei no ano de 2002 um escafandro que me protegesse de qualquer agressão do acaso. Mas nada aconteceu. Tive uma virada boa, não a melhor da minha vida, nem a pior, como você já deve suspeitar. Pensei nas pessoas que eu amava, fiz planos e bebi. Percebi que eu precisava dessa data tanto quanto o resto da humanidade. Não para fazer dessa noite a melhor de todos os tempos. Mas para poder zerar, ter a sensação de recomeço, para poder acreditar que tudo vai ser melhor e acabar com uma bela ressaca no dia primeiro. Isso para mim é reveillon.