sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Migo

Este pequeno espaço andou meio esquecido ultimamente. Por isso esta semana resolvi aproveitar o vento que soprou as minhas velinhas, para tirar a poeira destas humildes páginas. Já que estamos em época de festa, a melhor coisa é falar dos grandes responsáveis por ela: os amigos. O que seria das advertências do condomínio se não fossem eles para fazer barulho? De quem a bruaca da vizinha poderia reclamar, se não fossem as mininis rindo alto no meio da sala? Cara, ter amigos de verdade faz tudo valer a pena. Até mesmo correr o risco de escrever um texto assim, meio melado, meio breguinha. Tudo bem, eles merecem. Todo mundo tem uma definição básica do que é ser amigo: amigo de verdade é isso, amigo de verdade é aquilo. Para mim, amigo de verdade é aquele que você fica sem ver durante dois períodos paleolíticos e quando reencontra, está tudo igual. O dólar caiu, voltou a subir, a polícia federal fez mais uma operação com nome esquisito, a Xuxa saiu pela vigésima vez na capa da Caras com o mamão do Luciano Zafir e vocês dois estão lá, tomando um chopinho como se nunca tivessem deixado de se ver. Tá, é cliché, mas pôr-do-sol também é cliché e nem por isso deixa de ser legal. Taí, amigo é igual a pôr-do-sol. Ui, que péssima essa. Tá vendo? Um bom amigo perdoaria uma analogia tosca. Porque um bom amigo acha graça nos teus defeitos, aponta coisas em você coisas que nem a sua mãe teria coragem de criticar. Esta é a segunda definição de um bom amigo. O destemido. Ele não tem medo de um possível xilique seu e solta aquela crítica que bate lá no fundo, faz você rever valores, mostra um jeito novo de pensar a vida. Ele não fala só o que você quer ouvir, porque para isso já existe o Paulo Coelho. Agora colocando as definições de lado, o fato é que ter uma agenda com mais amigos do que números de dentista e rádio taxi é um luxo. Eu digo luxo por que cruzar com estas pessoas não foi nada fácil. Primeiro você teve que topar com muita gente que comenta o tempo no elevador, com muito chato ressucitado pelo Orkut, com muita gente que não te ouve e fica ali, com a senha na mão esperando a vez de falar. Encontrar essas pessoas foi uma busca incessante pelos bares, pelas livrarias, pelas boates. Oi? Desculpa, não tô te ouvindo, a música tá muito alta. Vou até o bar pegar um drink e volto nunca mais. Oceanos de saliva desperdiçada até que um belo dia…ele aparece iluminado por uma luz dourada. Aquela pessoa interessante, cheia de idéias novas, que leu um monte de livros que você ainda não leu. Foda-se a televisão do bar, vocês têm assunto. Pronto, é amor, amor de amigo. O único que tem durado mais do que o ciclo da minha máquina de lavar. Graçon, traz mais uma, mais duas, mais três. Tin, tin. A vocês.

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