sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Meus sete anos

Quando a gente é pequeno normalmente tem todas as respostas, inclusive o que vai ser quando crescer: artista de cinema, claro. A resposta parece tao obvia para uma leonina sabichona. Com toda sabedoria dos meus sete anos, traço um plano de carreira: vou começar pelo teatro, depois vou para o cinema e com sorte me descubro cantora fazendo um musical. Ensaio os autografos para os fas, afinal nos artistas nao podemos negar um carinho ao publico. Ensaio as cenas na frente do espelho, passo o batom vermelhao da minha mae, me imagino num drama e solto um o choro emocionante. Coloco um cd de musica ao vivo e finjo que os aplausos sao para mim. A melhor coisa para ensaiar entrevistas, é usar o controle remoto como se fosse um microfone. Separo na cabeça meus cantores favoritos, minha opiniao sobre as coisas para dizer ao entrevistador. Aos sete anos é tudo tao certo. Queria te-los de volta para ter essa certeza das coisas. Quando eu era uma amostra gratis de gente acho que sabia mais do que hoje. E se alguma resposta me faltasse, perguntava pro meu pai e ele logo respondia. Bem, o fato é que vinte e um anos depois tudo parece estar tao confuso. Quando, onde, por que, por que? Se as crianças vivem fazendo mil perguntas, parece que os adultos nao sao muito diferentes. Cresci e nao tenho a minima ideia do que vou fazer, respondo à menina de sete anos que vive dentro de mim.

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