sexta-feira, 13 de junho de 2008

Queria ser um serial killer

Queria ser um serial killer. Pegar a minha metralhadora e me livrar de todas as pessoas que me irritam. Mataria todas elas, uma por uma, sem dó nem piedade. Aquele puto do flanelinha, a vaca da vizinha, o operário da obra que não me deixa dormir, o porteiro que fica se metendo na minha vida, minha ex-mulher, freiras, muitas freiras. Seria preso por homicídio coletivo e na minha entrevista diria para imprensa feliz e contente que não me arrependo pela morte daquela gente cretina. Sairia no jornal, a população gritaria meu nome na porta da delegacia, ficaria famoso, venderia camisetas com a minha foto por um dólar e cinquenta. Da cadeia escreveria um livro, que estaria entre os best sellers das livrarias, ao lado de Paulo Coelho. Tatuaria putinhas com caneta bic, cortaria a garganta dos meus companheiros de cela, seria o homem mais sozinho do mundo. Chocaria até Bucovski. Teria desprezo pelas crianças e uma mão calejada pelos socos entregues. Minha camisa teria manchas de sangue e não essa caveirinha silcada do lado esquerdo do peito. Meus gritos seriam temidos e minha revolta seria maior do que apenas rasgar essa porra de folha de papel.

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