segunda-feira, 29 de junho de 2009

Segunda-feira

Tem dias que a gente não sabe muito bem por onde começar. O dia nasce, corre, mas você não acompanha. Num dia como esse, meio preguiçoso, eu tenho vontade de sentar numa cadeira de balanço e ficar só acompanhando a dança coreografada dos ponteiros. Está frio, nada muito bom aconteceu, mas nada muito ruim também. Por enquanto zero a zero no placar das grandes emoções. Olho para fora da janela e penso que para pelo menos uma pessoa nesse mundo, o meu dia preguiçoso foi o dia mais feliz de sua vida. Ao final da tarde, ela se casa com o amigo de infância que no fundo sempre foi apaixonada. Para outro alguém em algum canto, este foi um dia cinza, o mais triste do ano. Um irmão que se foi, um aperto no coração e um xis no calendário, que vai deixar para sempre marcado o dia 29 de junho. Eu fico imaginando o tanto de histórias, livros, filmes que daria para fazer com apenas 24 horas. Drama, comédia, suspense com um desaparecimento, cinema mudo, aventura em alguma cordilheira, no Rio milhares do gênero policial. E enquanto isso tudo rola lá fora, eu estou aqui sentada, com vontade de ficar só assistindo o dia dos outros acontecer.

terça-feira, 23 de junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A vida como ela é. Parte 2

Se tem uma coisa que eu tenho verdadeiro pânico, são as praças de alimentação de shopping. É muita comida, o barulho de um estádio de futebol, só que sem a vantagem das cadeiras numeradas. Meticulosamente planejadas, nas praças de alimentação querem que você coma o mais rápido possível para poder voltar às compras imediatamente. O tempo de um café que você teóricamente teria direito, pode significar uma blusinha a menos vendida no final do mês. Maquiavélico. Agora de uma praça de alimentação em específico eu gosto. A do Shopping Iguatemi. Porque é mais chique? Béééé, nada disso. Adoro ver aquele monte de peruas, de bolsinha Chanel segurando bandeijinhas de plástico. É um verdadeiro deleite para mim ver as moças equilibrando suas bandeijas com a destreza de quem nunca na vida fez a própria cama. Me sinto vingada ao ver estas mulheres que dominam as duas pistas da avenida com seus Land Rovers, condicionadas a disputar com o resto do mundo, por uma mesinha apertada para almoçar. De que adianta milhares de reais ou até mesmo dólares gastos em roupas de grife, se no final das contas vem a bandeijinha de plástico fabricado na China estragar o seu look? Não tem Sartorialist que aguente. Finalmente algo de bom nas tão malfaladas praças de alimentação. Um programa de índio que eu recomendo. Você pode até sair um pouco estufado da comida fast, mas pelo menos vai dar umas boas risadas.

A vida como ela é.

Ia mudar de casa. Enquanto andava pelo imóvel vazio, planejava a mudança. Olhando para as paredes pensou que a pintura seria mesmo necessária. Se imaginou ao lado do amado reformando o apartamento. Os dois de macacao jeans, ao som de um bom jazz. Como num romance água com açúcar, eles brincariam de pega-pega correndo pelo apartamento, falariam bobagens, dançariam agarradinhos e depois de pincelar o nariz um do outro com tinta branca, iriam para o quarto dar umas pinceladas em cima do colchão ainda com o plástico em volta. Planejou este momento e aquele começo de uma nova vida. O que veio porém não foi aquilo que havia imaginado. O amado acabou tendo que viajar e quem se incumbiu de pintar o apartamento foi um pintor profissional. Ouviu a campainha tocar, foi até a porta atender. Ao invés do príncipe encantado com macacão jeans un pouco apertado salientando a bundinha perfeita, se deparou com um homem gordo, de chinelo, com o elástico da bermuda esticadíssimo, quase gritando pedindo socorro. 110 quilos de massa corrida, era o que ele era. Enquanto falava sobre o material que precisaria para fazer a pintura, saíam perdigotos de sua boca mole. Arrastando o chinelo, o homem tirou um pequeno radinho da mochila e ligou um axé. Ela rapidamente pegou a bolsa e tratou de sair do apartamento. Qualquer coisa, até mesmo a loja de materiais de construção, era melhor do que aquilo. Nelson Rodrigues tem toda razão, a vida como ela é.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sou Frida



Frida Kahlo. Como todas as pessoas de muita personalidade, há quem ame, há quem odeie. Eu sou do primeiro time. Porque os quadros dela me tocam, porque o jeito dela se vestir me dá a impressão de que ela um dia gritou para o mundo "eu existo". Porque ela foi visceral, orgulhosa da sua latinidade, polêmica, tudo, tudo, tudo, menos comum. Ah, como dá medo de ser comum e um dia ser esquecido, não dá?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Auto-estima é tudo

Um dia, a rosa encontrou a couve-flor e disse:
- Que petulância te chamarem de Flor!
Veja sua pele: é áspera e rude, enquanto a minha é lisa e sedosa.
Veja seu cheiro: é desagradável e repulsivo, enquanto o meu perfume é
sensual e envolvente...
Veja seu corpo: é grosseiro e feio, enquanto o meu é delicado e elegante.
Eu, sim, sou uma flor!

E a couve-flor respondeu:

HELLOOOOOOOU........!!!
QUERIDAAAAAAA........!!!
ACORDAAAAAAA.........!!!

De quê adianta ser tão linda, se ninguém te come ? Hã?